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A Casa das Musas (2024) #2

Após diversas tentativas e erros, aqui fica o meu livro ‘A Casa das Musas’ (2024) filmado por Sofia Cavalheiro, que mais uma vez tornou possível partilhá-lo convosco. Sirvam-se e disfrutem!

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A Casa das Musas (2024)

Ontem terminei o livro ‘A Casa das Musas’ que tem o seguinte prefácio :
 
Este livro nasceu da génese da palavra Museu (mouseión), que na Grécia Antiga significava ‘O Templo das Musas’, das nove filhas de Zeus e de Mnemósine (a deusa da memória), figuras mitológicas que inspiravam os poetas. Este livro-museu foi criado a partir de nove micro-ficções que escrevi para comemorar o dia e noite dos Museus, numa sessão realizada a 15 de Maio de 2010, organizada por Pedro Sena-Lino na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves em Lisboa.
 
O título ‘A Casa das Musas’ encontrei-o no livro homónimo de Ana Hatherly, onde a autora concentra parte da sua arqueologia da poesia experimental portuguesa. Nas minhas ficções imaginei uma casa de conhecimento e preservação da memória, com nove espaços dedicados às musas, que aqui desenvolvi em homenagem a Ana Hatherly.
 
Este livro-casa-museu inicia-se com um jardim dedicado a Érato (musa da poesia lírica), seguindo-se um labirinto de escadas em honra de Calíope (musa da poesia épica), com acesso à biblioteca de Clio (musa da história), vizinha do planetário de Urânia (a musa da astronomia), com uma ponte para o espaço de Polímnia (musa dos hinos sagrados), cuja geometria luminosa dá acesso ao teatro de Melpómene (musa da tragédia), ao lado de um labirinto de espelhos dedicado a Tália (musa da comédia), desaguando num salão em homenagem a Terpsícore (musa da dança), comunicando com o espaço de Euterpe (musa da música), ligado circularmente à biblioteca de Clio, para encontrar novamente o espaço de Calíope e o Jardim de Érato.
 
Sejam bem-vindos à Casa das Musas.
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Big Ode #3 (Nov 2007-Fev 2008)

A ‘Big Ode #3’ (Nov 2007- Fev 2008), grande aventura do Rodrigo Miragaia, também com Sara Rocio foi dedicada à Fusão. Nas suas páginas publiquei prosas poéticas em diálogo com imagens. Recordo o lançamento em Almada, fui de boleia com amigos e andamos de noite a chover às voltas até encontrarmos o local. Foi um encontro entre artistas e poetas como todos os lançamentos da revista, onde também partilhamos os textos publicados oralmente: li o ‘Tango’ e não foi nada fácil, passei a treinar as leituras antes de qualquer apresentação em público. É mais difícil ler um texto que escrevemos em público, porque o conhecemos, do que um texto de outro autor. Podem ler o ‘Tango’ aqui.

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Ilustração de poema de Daniel Falb

***
 
uma natureza morta social com traço de vermeer,
                            o professor de piano dedilhava

uma menina de quinze anos especialmente doce, aos domingos
                     passeios de família nos arredores e ainda
a puberdade. mais tarde esta masturbação transforma-se em amor
                         e uma terna veneração por juliette
binoche, as estações passam desapercebidamente,
                                       o que é péssimo,
e às vezes o estudo «revolucionário» de frédéric chopin,
                      nova dedilhação, mas os mesmos erros.

 
Daniel Falb, ” Naturezas-mortas sociais: 33 poemas” (tradução de Pedro Sena-Lino e Tiago Rocha de Morais), p.37. A ilustração não foi publicada no livro.
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Weather Forecast

Acreditar na vida como
acreditamos no boletim
metereológico de todos os dias.
Apesar de todas as previsões,
fundamentadamente científicas,
há sempre uma variável que não
controlamos. E por isso temos
esperança e desconfiamos. E tal
como toda a gente, aprendemos
que há que saber sair de casa
esquecendo deliberadamente o
guarda-chuva.

Ricardo Marques, ‘Eudaimonia’ (2012). Lisboa: Edição de Autor.