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Poemas #6

De novo de volta dos antigos poemas labirintos que ganham corpo próprio ao invadirem as paredes da casa às voltas de novo

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Revista Largo das Belas-Artes 05 (Dez 2024)

No ano passado saiu a Revista Largo das Belas-Artes 05 (Dez 2024, ISSN 2184-905605), dedicada às I Jornadas Francisco de Holanda, que decorreram a 30 de Outubro, 6 e 7 de Novembro de 2021 na Faculdade de Belas.Artes da Universidade de Lisboa.  O número inclui o meu artigo ‘ Da criação à investigação: transdisciplinaridade, experimentalismo e feminismo’ que resultou da participação nas jornadas, onde refleti sobre o meu percurso artístico em relação à investigação. Fica aqui o artigo e o link para lerem revista on-line. 

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Coleção Monte Olimpo 2025

Livros em madeira, cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm.
Livros em madeira, cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm.

Coleção Monte Olimpo composta por: Livro de Eros, Livro de Cronos, Livro de Eros e Thanatos, Livro de Apolo, Livro de Dionísio e Livro de Poseidon. São seis livros-objeto em madeira, livros-caixa que albergam poemas espaciais no interior, cada um com duas páginas tridimensionais. Fechados cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm. Os três primeiros, assim como o novo volume são versões dos construídos no ano passado, que tinham metade do tamanho, com uma escala mais manuseável, mais próxima do tamanho das mãos. Ao pensar em expor os livros ampliei a escala, porque habitualmente são colocados em vitrines e com o dobro do tamanho podem ser exposto entreabertos, de modo a ser possível ver a capa e o interior. Ao ampliar os livros realizei dois inéditos, a pensar na ‘Origem da tragédia’ de Nietzsche. Agradeço ao poeta Nuno Dempster o título deste conjunto, uma belíssima sugestão.

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Apontamentos #5

Livros objeto em madeira, várias dimensões.

O livro-objeto e o livro de artista com múltiplos não são antagónicos, como certos autores nos querem fazer acreditar. É possível fazer múltiplos de livros com carácter escultórico. O que não faltam são edições fac-similadas de livros artista, que inicialmente eram exemplares únicos. Quanto à escultura, na antiga Grécia já se cunhavam moedas. Como acham que existem tantos Pensadores de Rodin nos Museus? O livro objeto pode ser industrializado e reproduzido. O Kiefer faz livros-monumento com carácter único, entende-se que sejam assim. O facto de alguns autores apresentarem o antagonismo entre o livro de artista editado em pequena edição e o livro exemplar único, dos quais o livro-objeto representa o extremo, relaciona-se a meu ver, com a institucionalização do livro de artista no século XXI, com critérios de compra nas coleções. É mais barato comprar um múltiplo que um exemplar único. Não consigo imaginar o preço de um livro-monumento de Anselm Kiefer. Prefiro olhar o panorama do livro de artista desde os livros ilustrados até ao livro-objeto com carácter escultórico, com todas as cores, odores e texturas que existem neste campo alargado e criativo, sem espartilhos, caixinhas inúteis e preconceitos. O livro de artista é vário.

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Poemas #5

Tríptico babilónico, pastel sanguínea e sépia sobre papel, 3x(70x50)cm.
CORREDORES
 
O sangue corre no sangue que corre, queimando as veias labirínticas das ruas no coração da cidade. Cheira a chuva de Setembro molhado na planície. Um cruzamento áspero de ossos com um aglomerado de pedras acompanha o som dos meus passos na noite. A chuva cai e escorrega nas pedras molhadas do meu chão, nas calçadas estreitas. No escuro, oiço os teus passos nas arcadas nocturnas, esbatendo-se ao longe: são apenas eco; apenas som em ricochete dos meus pés que voltam atrás em palavras passos. Cheira a terra molhada de Setembro nestas pedras escuras das ruas estreitas. O sangue corre no tempo das veias labirínticas da cidade no coração da noite a chover. As pedras têm um timbre a ferrugem nas suas vozes. Em vale de corvos, um anjo voou apenas com uma asa, a outra caiu em terra. Foi o seu último desejo aqui em forma de lápide de ferro. As minhas mãos são a tua asa, elas escrevem em passos no coração da noite. Grito às cinzas no vento destas ruas, quero ver o mar, cheira-me a Inverno neste amarelo às voltas. Vi o teu mar ao longe, numa seara de corvos negros: era a planície amarela. Em vale de corvos a terra é ferro quando a chuva cai. Onde estou eu que tu não estás?
Corro no tempo que corre como a água a cair nas ruas estreitas da cidade. Os nossos passos estão agora nos meus passos percorrendo estas calçadas de pedra na cidade branca das muralhas; são apenas eco, o som em ricochete das palavras que caem das minhas mãos; calçada com voz de água que corre no tempo que corre na água. Cheira a terra molhada na planície amarela com a terra cor de ferro em Setembro. O sangue corre no sangue que corre no coração das ruas estreitas da cidade onde te digo: estás nas minhas mãos sempre que parto pedra nas palavras que escrevo aqui.