Categorias
Blog Desenhos Jogos Visuais Micro-ficção Poemas Textos-Visuais

Poemas #6

De novo de volta dos antigos poemas labirintos que ganham corpo próprio ao invadirem as paredes da casa às voltas de novo

Categorias
Blog Escultura Jogos Visuais Livro de artista Poemas

Coleção Monte Olimpo 2025

Livros em madeira, cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm.
Livros em madeira, cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm.

Coleção Monte Olimpo composta por: Livro de Eros, Livro de Cronos, Livro de Eros e Thanatos, Livro de Apolo, Livro de Dionísio e Livro de Poseidon. São seis livros-objeto em madeira, livros-caixa que albergam poemas espaciais no interior, cada um com duas páginas tridimensionais. Fechados cada tem 25x20x6cm e abertos medem 25x40x3cm. Os três primeiros, assim como o novo volume são versões dos construídos no ano passado, que tinham metade do tamanho, com uma escala mais manuseável, mais próxima do tamanho das mãos. Ao pensar em expor os livros ampliei a escala, porque habitualmente são colocados em vitrines e com o dobro do tamanho podem ser exposto entreabertos, de modo a ser possível ver a capa e o interior. Ao ampliar os livros realizei dois inéditos, a pensar na ‘Origem da tragédia’ de Nietzsche. Agradeço ao poeta Nuno Dempster o título deste conjunto, uma belíssima sugestão.

Categorias
Blog Desenhos Jogos Visuais Micro-ficção Poemas Textos-Visuais

Poemas #5

Tríptico babilónico, pastel sanguínea e sépia sobre papel, 3x(70x50)cm.
CORREDORES
 
O sangue corre no sangue que corre, queimando as veias labirínticas das ruas no coração da cidade. Cheira a chuva de Setembro molhado na planície. Um cruzamento áspero de ossos com um aglomerado de pedras acompanha o som dos meus passos na noite. A chuva cai e escorrega nas pedras molhadas do meu chão, nas calçadas estreitas. No escuro, oiço os teus passos nas arcadas nocturnas, esbatendo-se ao longe: são apenas eco; apenas som em ricochete dos meus pés que voltam atrás em palavras passos. Cheira a terra molhada de Setembro nestas pedras escuras das ruas estreitas. O sangue corre no tempo das veias labirínticas da cidade no coração da noite a chover. As pedras têm um timbre a ferrugem nas suas vozes. Em vale de corvos, um anjo voou apenas com uma asa, a outra caiu em terra. Foi o seu último desejo aqui em forma de lápide de ferro. As minhas mãos são a tua asa, elas escrevem em passos no coração da noite. Grito às cinzas no vento destas ruas, quero ver o mar, cheira-me a Inverno neste amarelo às voltas. Vi o teu mar ao longe, numa seara de corvos negros: era a planície amarela. Em vale de corvos a terra é ferro quando a chuva cai. Onde estou eu que tu não estás?
Corro no tempo que corre como a água a cair nas ruas estreitas da cidade. Os nossos passos estão agora nos meus passos percorrendo estas calçadas de pedra na cidade branca das muralhas; são apenas eco, o som em ricochete das palavras que caem das minhas mãos; calçada com voz de água que corre no tempo que corre na água. Cheira a terra molhada na planície amarela com a terra cor de ferro em Setembro. O sangue corre no sangue que corre no coração das ruas estreitas da cidade onde te digo: estás nas minhas mãos sempre que parto pedra nas palavras que escrevo aqui.
 
 
Categorias
Blog Desenhos Jogos Visuais Poemas Textos-Visuais

Poemas #4

Work in progress : após várias tentativas, a sanguínea cresce, com sepia em zonas de sombra, o actual sfumatto antigo.

Categorias
Blog Desenhos Jogos Visuais Micro-ficção Poemas Textos-Visuais

Poemas #3

ÀS VOLTAS
 
De volta à escrita a invadir as ruas da cidade às voltas, onde as casas se constroem no tempo, encaixadas em palavras pedras nas calçadas em direção ao templo centro no largo das portas da fonte descentrada; descentrada a cidade alberga uma confusão de vozes que se funde no metal de um livro sempre aberto. No metal a cidade labiríntica foi suspensa no tempo numa escrita de ruas ao entardecer; ao entardecer as letras transformam-se nas casas das palavras que encaixam nas veias da cidade, em ruas que caem no chão dos meus passos aqui; os meus passos fundem-se no espaço das vozes que habitam as escritas da cidade, quando o sol mergulha em sangue; em sangue escrevi palavras pedras de água nas ruas estreitas onde as perdi e não as aguentava ler. Rasguei-as. Rasguei a muralha ao centro, estrada romana por baixo do arco porta, resta uma única porta sorte. Tu estavas fora delas no centro também, largo das portas da fonte; outras portas, outro centro em torno das minhas muralhas às voltas. Já não aguento as palavras a ressoarem na cabeça, a circularem. Rasgo o tempo silencioso das pedras a circulam nas páginas em redor do templo que me escorrega nos dedos com a forma de uma cadeira vazia ao luar. No luar a água corre na água no largo das portas da fonte derredor da escrita a invadir as ruas estreias.