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Prelúdio 1992-2023

‘Prelúdio’ (1992) foi o primeiro livro de artista que fiz em 1992, na altura frequentava as aulas de desenho do João Queiroz e Miguel Branco no Ar.Co. Foi também o primeiro livro que a Sofia Cavalheiro filmou, o primeiro passo para os meus livros de artista saírem do baú onde estavam guardados há mais de trinta anos. Graças à magia da Sofia. a quem estarei eternamente grata, este livro pode ser visto em filme. A sua amizade é mais antiga que os livros.

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Prefácio de livro 2023

Texto que escrevi para o livro de artista de  Sara Franco, ‘Amor Kebab ou o infame poema canhão’, edição de autor, 2023: 

Este livro difere de um livro convencional devido a enfatizar o carácter sensorial na sua fruição. Este aspecto habitualmente é obliterado na leitura, o leitor esquece-se de ver o livro que está a ler nas suas mãos. É um livro de artista, múltiplo e nómada como todos os livros. Também é um objecto artístico que requer uma fruição individual, uma vez que só pode existir um leitor de cada vez. Os livros de artista diferem dos objectos de arte expostos em galerias ou Museus, devido ao seu formato intimista e intersubjectivo.

Conhecia a obra visual gestualista e expressiva da Sara Franco, do tempo em que estudámos nas Belas-Artes de Lisboa, e de nos reencontrarmos em colaborações na revista Big Ode de Rodrigo Miragaia Descobri a sua escrita com BALA (2022) edição da autora, surpreendendo-me a sua fragmentada prosa poética de forte carácter imagético. Nesta plaquete, os poemas em prosa vivem na companhia de desenhos gestualistas, ampliando o seu sentido com inomináveis gestos-gritos a negro no branco da página, coexistindo as duas expressões artísticas em paralelo.

No presente livro, a autora apresenta-nos uma poética híbrida em páginas onde contaminou a pintura gestual com a escrita e outros registos gráficos. Desenvolveu assim uma experimentação verbo-visual onde explosivas manchas cromáticas dialogam num mesmo plano, com textos tipográficos ou em escrita manual, também com desenhos e outros grafismos. A colagem compõe e confronta os vários registos de forma variável.

Estas páginas são para sentir, ao contrário dos livros onde a escrita habita o interior, apenas como instrumento racional transmitindo conteúdos. São páginas para tocar, rodar a direção para ler, são para ver e ler em simultâneo; são sinestésicas; são pinturescritas ou escritopinturas. Este livro é composto por um imprevisível encontro entre pintura e poesia, por isso é multi-sensorial e polissémico. Este objecto vivo que sentem nas vossas mãos tem uma personalidade material própria em resultado da expressão poética individual de Sara Franco.

Este livro É.

21 de Março de 2023

 

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Fotogramas 1994-1996

Em 1994, durante a minha estadia em Halifax participei em duas exposições colectivas, ambas na galeria do Nova Scotia College of Art and Design. A primeira foi a convite de uma colega amiga, uma exposição de mulheres artistas. Foi uma experiência belíssima, expus um fotograma com um fragmento de uma carta de Rainer Maria Rilke a um jovem poeta, elogiando as mulheres enquanto seres humanos. O contacto com as feministas na escola de arte durante esta estadia no Canadá levou-me a uma maior reflexão sobre a condição feminina. A segunda foi com os colegas que frequentavam o Intermedia Studio orientado por Garry Neill Kennedy, onde mostrei um conjunto de fotogramas em sequência, formando assim uma narrativa visual no friso da sala. De volta a Portugal, em 1996 e já a frequentar o curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, alguns fotogramas foram expostos na sala na altura dedicada a Ernesto de Sousa no CAPC em Coimbra, integrados na exposição colectiva ‘Zapping Extazy’, organizada por Paulo Mendes.

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Fotogramas 1994

No ano de 1993, quando frequentei o Curso Avançado no Ar.Co produzindo sobretudo desenhos, também frequentei o curso fotografia, onde tive uma iniciação ao analógico a preto e branco. Da experiência, recordo bem o lado alquímico das imagens a surgirem no escuro quando eram reveladas, encantou-me sempre mais do que tirar fotografias. Experimentei também fazer pequenos fotogramas, utilizando desenhos em papel vegetal, textos e objectos. Entretanto surgiu a oportunidade de participar num   intercâmbio com o Nova Scotia College of Art and Design, em Halifax (Canadá), onde estive no semestre de outono de 1994. Foi uma oportunidade de expandir os fotogramas com outros meios tecnológicos, ampliando o formato e experimentando fazer a cores. A diferença é que a cores não existe luz de presença na câmara escura, ao contrário do analógico preto e branco. Deste modo, utilizava desenhos e textos em papel vegetal, assim como objectos, e colocava-os às escuras sobre o papel fotográfico, que ocupava o chão da câmara escura. Depois ligava o ampliador e só via o resultado da “composição” depois do papel fotográfico sair da máquina de revelação. O azul que utilizei surgiu por acaso após algumas experiências com outras cores, quando vi achei que era adequado e não o larguei mais. Ficou-me na memória como o azul Halifax.

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Desenhos 1993

Conjunto de desenhos apresentados na exposição colectiva ‘Bolseiros 1993’ no Ar.Co, lisboa