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Retrospectiva de Tàpies (2024)

Antoni Tàpies no Centro de Arte Reina Sofia em Madrid

Este ano comemorei os 50 anos do 25 de Abril em Madrid: foi a melhor forma que encontrei de comemorar porque em Madrid senti-me livre, andei quilómetros a pé em Museus onde não estava há mais de 20 anos. Uma das exposições que vi foi uma retrospectiva de Antoni Tàpies no Centro de Arte Reina Sofia: as suas pinturas surrealistas da juventude eram intragáveis, não dá para olhar para lá. No entanto, estavam expostos desenhos de qualidade de finais do anos 40. Ainda bem que largou aquelas coisas da juvenália e desenvolveu um percurso no informalismo com um cunho pessoal. Gosto das suas pinturas matéricas monocromáticas de início da década de 60 do século passado e da década seguinte, são as minhas favoritas na sua obra. Também aprecio quando se apropria de objectos, na exposição deu  para ver que não se perdeu nos anos 80 e envelheceu fresco. A sua obra entusiasmou-me quando tinha 17-18 anos, agora continuo a apreciar, mas sem o impacto primordial. O que me entusiasmou durante a viagem, tal como na juventude, foi ver a pintura de El Greco, os quadros negros de Goya, os Caravaggios, Zurbarán e Velásquez, porque os vejo e não paro de os ver e volto a ver e ver e ver e quero voltar a Madrid para os ver novamente.

Por MJLFernandes

Artista visual e investigadora.

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