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As Cidades Invisíveis 1996-1997

Iniciei a série ‘As Cidades Invisíveis’ com um conjunto de desenhos realizados no verão de 1996, após a leitura do livro de Italo Calvino. Os desenhos originaram esculturas em poliéster e aço inox, construídas no ano seguinte no curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.

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Babilónia 1996

Em 1996, modelei um relevo em barro no curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, transformando os textos visuais labirintos dos desenhos de 1993, numa espécie de maquete de cidade com ruas de escrita. Não tenho o relevo em barro fotografado, media cerca de 85x60cm. A partir do protótipo em barro fiz depois um molde em látex, e por original foi destruído. O molde em látex presente aqui em fotografia apodreceu e tive de o deitar no lixo. Fiz também um relevo em gesso, era muito pesado e outro em poliéster. O relevo em gesso viveu comigo até 2019, mas como estava muito danificado foi destruído, também não havia espaço para o guardar na nova casa. O relevo em poliéster sobreviveu e ainda coabita comigo.

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Labirintos 1994-2023

Em 1994, antes da minha estadia de seis meses no NSCAD em Halifax (Canadá), construi um livro de artista com textos-visuais labirínticos, onde as palavras foram compostas por módulos com duas letras encaixadas, ou seja, usando o mesmo sistema de anteriores quebra-cabeças, mas utilizando a transparência das folhas do livro, com páginas em papel vegetal.  Estes dois filmes a partir do livro foram realizados por Sofia Cavalheiro em Julho de 2023.

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Diário 1992-2023

Quando um amigo visitou o meu atelier em 2022, mostrei-lhe dois pequenos livros de artista pintados na juventude que datam de 1992. O meu amigo assustou-se, não conseguiu folheá-los, teve medo de os estragar. De facto, são livros delicados, frágeis mesmo e estão a degradar-se. Lembrei-me então de falar com a Sofia Cavalheiro e propus-lhe filmá-los antes que se desfaçam, o tempo tem esses efeitos. Ela achou boa ideia registá-los antes que morressem. Graças à magia da Sofia a quem estarei sempre grata, este diário que fiz em 1992 pode ser visto em filme. Os amigos são portos de abrigo, os bons encontros que dão sentido à existência.

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Prelúdio 1992-2023

‘Prelúdio’ (1992) foi o primeiro livro de artista que fiz em 1992, na altura frequentava as aulas de desenho do João Queiroz e Miguel Branco no Ar.Co. Foi também o primeiro livro que a Sofia Cavalheiro filmou, o primeiro passo para os meus livros de artista saírem do baú onde estavam guardados há mais de trinta anos. Graças à magia da Sofia. a quem estarei eternamente grata, este livro pode ser visto em filme. A sua amizade é mais antiga que os livros.

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Prefácio de livro 2023

Texto que escrevi para o livro de artista de  Sara Franco, ‘Amor Kebab ou o infame poema canhão’, edição de autor, 2023: 

Este livro difere de um livro convencional devido a enfatizar o carácter sensorial na sua fruição. Este aspecto habitualmente é obliterado na leitura, o leitor esquece-se de ver o livro que está a ler nas suas mãos. É um livro de artista, múltiplo e nómada como todos os livros. Também é um objecto artístico que requer uma fruição individual, uma vez que só pode existir um leitor de cada vez. Os livros de artista diferem dos objectos de arte expostos em galerias ou Museus, devido ao seu formato intimista e intersubjectivo.

Conhecia a obra visual gestualista e expressiva da Sara Franco, do tempo em que estudámos nas Belas-Artes de Lisboa, e de nos reencontrarmos em colaborações na revista Big Ode de Rodrigo Miragaia Descobri a sua escrita com BALA (2022) edição da autora, surpreendendo-me a sua fragmentada prosa poética de forte carácter imagético. Nesta plaquete, os poemas em prosa vivem na companhia de desenhos gestualistas, ampliando o seu sentido com inomináveis gestos-gritos a negro no branco da página, coexistindo as duas expressões artísticas em paralelo.

No presente livro, a autora apresenta-nos uma poética híbrida em páginas onde contaminou a pintura gestual com a escrita e outros registos gráficos. Desenvolveu assim uma experimentação verbo-visual onde explosivas manchas cromáticas dialogam num mesmo plano, com textos tipográficos ou em escrita manual, também com desenhos e outros grafismos. A colagem compõe e confronta os vários registos de forma variável.

Estas páginas são para sentir, ao contrário dos livros onde a escrita habita o interior, apenas como instrumento racional transmitindo conteúdos. São páginas para tocar, rodar a direção para ler, são para ver e ler em simultâneo; são sinestésicas; são pinturescritas ou escritopinturas. Este livro é composto por um imprevisível encontro entre pintura e poesia, por isso é multi-sensorial e polissémico. Este objecto vivo que sentem nas vossas mãos tem uma personalidade material própria em resultado da expressão poética individual de Sara Franco.

Este livro É.

21 de Março de 2023

 

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Fotogramas 1994-1996

Em 1994, durante a minha estadia em Halifax participei em duas exposições colectivas, ambas na galeria do Nova Scotia College of Art and Design. A primeira foi a convite de uma colega amiga, uma exposição de mulheres artistas. Foi uma experiência belíssima, expus um fotograma com um fragmento de uma carta de Rainer Maria Rilke a um jovem poeta, elogiando as mulheres enquanto seres humanos. O contacto com as feministas na escola de arte durante esta estadia no Canadá levou-me a uma maior reflexão sobre a condição feminina. A segunda foi com os colegas que frequentavam o Intermedia Studio orientado por Garry Neill Kennedy, onde mostrei um conjunto de fotogramas em sequência, formando assim uma narrativa visual no friso da sala. De volta a Portugal, em 1996 e já a frequentar o curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, alguns fotogramas foram expostos na sala na altura dedicada a Ernesto de Sousa no CAPC em Coimbra, integrados na exposição colectiva ‘Zapping Extazy’, organizada por Paulo Mendes.

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Fotogramas 1994

No ano de 1993, quando frequentei o Curso Avançado no Ar.Co produzindo sobretudo desenhos, também frequentei o curso fotografia, onde tive uma iniciação ao analógico a preto e branco. Da experiência, recordo bem o lado alquímico das imagens a surgirem no escuro quando eram reveladas, encantou-me sempre mais do que tirar fotografias. Experimentei também fazer pequenos fotogramas, utilizando desenhos em papel vegetal, textos e objectos. Entretanto surgiu a oportunidade de participar num   intercâmbio com o Nova Scotia College of Art and Design, em Halifax (Canadá), onde estive no semestre de outono de 1994. Foi uma oportunidade de expandir os fotogramas com outros meios tecnológicos, ampliando o formato e experimentando fazer a cores. A diferença é que a cores não existe luz de presença na câmara escura, ao contrário do analógico preto e branco. Deste modo, utilizava desenhos e textos em papel vegetal, assim como objectos, e colocava-os às escuras sobre o papel fotográfico, que ocupava o chão da câmara escura. Depois ligava o ampliador e só via o resultado da “composição” depois do papel fotográfico sair da máquina de revelação. O azul que utilizei surgiu por acaso após algumas experiências com outras cores, quando vi achei que era adequado e não o larguei mais. Ficou-me na memória como o azul Halifax.

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Desenhos 1993

Conjunto de desenhos apresentados na exposição colectiva ‘Bolseiros 1993’ no Ar.Co, lisboa

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Quebra-Cabeças 1993

Os meus textos-visuais nasceram do trabalho criativo sobre jogos, porque naturalmente também criei jogos visuais de palavras. Na exposição de finalistas do Ar.Co em 1993, apresentei quebra-cabeças onde as palavras eram compostas por módulos com duas letras encaixadas a preto e branco, que permitiam na leitura um jogo entre positivo e negativo. Apresentei ainda um conjunto de desenhos labirínticos, construídos com o mesmo sistema, que mais tarde originaram relevos em terracota e pinturas. Na altura não conhecia a obra dos poetas experimentais portugueses, que foram tema da minha tese de doutoramento nas Belas-Artes de Lisboa na década passada. Não me considero poeta experimental, apesar do jogo e a interdisciplinaridade serem pontos de encontro com estes autores. O meu percurso criativo situa-se num vector contrário: caminhei das artes visuais para a literatura, tanto na minha prática interdisciplinar na juventude, como mais tarde ao ilustrar poesia e ao escrever microficções, enquanto os poetas experimentais caminharam da literatura para as artes visuais ao realizarem exposições e happenings em galerias de arte.

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Toys are Us 1997-2003

Pintei diversos puzzles a partir de 1991, mas só tenho alguns fotografados. O primeiro neste conjunto foi apresentado na exposição colectiva ‘Toys are Us: constrangimentos objectivos’ (1997) na Cisterna da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, era um relevo feito com peças recortadas em placas poliurterano e pintadas com acrilico. Este puzzle mede 120x240x10cm e encontra-se numa colecção privada. As peças que faltavam depois fotografei-as nas calçadas de Lisboa. O segundo foi uma encomenda,  acrílico sobre tela, mede 120x150cm e encontra-se numa colecção privada.

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Nós somos os brinquedos/os brinquedos são nossos 1996

Conjunto de esculturas realizadas na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (1995-1996): peões em poliéster com 3x(75x36x36cm) e dados em cimento 3x(20x20x20cm).

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Apresentação

Chamo-me Maria João Lopes Fernandes, nasci em Évora (1969-) e vivo em Oeiras. Sou artista visual e investigadora com um percurso onde estabeleço relações entre as artes visuais e a literatura. Estudei pintura no Ar.Co, onde conclui o Curso Avançado em Artes Plásticas (1993), e participei no ano seguinte no programa intercâmbio com Nova Scotia College of Art and Desing em Halifax, Canadá. Licenciei-me em Escultura (1999) na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde me doutorei em Belas-Artes (ciências da arte), com a tese ‘O Encontro Entre a Poesia e as Artes Visuais: Poesia Experimental Portuguesa 1964-1974’ (2018). Estou afiliada no Centro de Investigação em Belas-Artes, secção Francisco de Holanda. Realizo exposições colectivas e individuais desde 1992, sou autora da imagem da capa de diversos livros de poesia. Publiquei ainda micro-ficções em antologias e revistas.

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CIENCIAVITAE

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Os Intocáveis 1993

‘Os Intocáveis’ em acrílico e colagem de feltro sobre tela, 4x(180×120) cm foi uma paródia ou jogo visual, onde representei quatro ases que remetiam para o filme de Brian De Palma ‘The Untouchables’ (1987), cujo enredo se baseia na saga de Eliot Ness, Jim Malone, George Stone e Oscar Wallace contra Al Capone no tempo da lei seca. Nas pinturas encaixei Andy Warhol no às de paus, apropriando-me de uma das suas flores; Pablo Picasso tranformei-o em às de ouros; as espadas como eram em feltro grosso referiam-se a Joseph Beuys; Marcel Duchamp encaixou no às de copas. As pinturas já não existem e foram realizadas no último ano que frequentei Ar.Co em Lisboa. O slide que encontrei no meu arquivo é da autoria de José Soudo.

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Quebra-Cabeças 1992

‘Quebra-Cabeças’ (1992) foi uma instalação composta por um conjunto de pinturas em acrílico, com dimensões variáveis. As pinturas eram construídas com módulos rectangulares, onde encaixavam letras diferentes a azul e verde, resultando o conjunto num jogo de palavras, que se podiam encontrar e ler, observando o positivo e o negativo. A instalação fez parte de uma exposição colectiva na Casa das Artes de Tavira de alunos que frequentavam as aulas pintura  do Ivo no Ar.Co.