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Ilustração de poema de Daniel Falb

***
 
uma natureza morta social com traço de vermeer,
                            o professor de piano dedilhava

uma menina de quinze anos especialmente doce, aos domingos
                     passeios de família nos arredores e ainda
a puberdade. mais tarde esta masturbação transforma-se em amor
                         e uma terna veneração por juliette
binoche, as estações passam desapercebidamente,
                                       o que é péssimo,
e às vezes o estudo «revolucionário» de frédéric chopin,
                      nova dedilhação, mas os mesmos erros.

 
Daniel Falb, ” Naturezas-mortas sociais: 33 poemas” (tradução de Pedro Sena-Lino e Tiago Rocha de Morais), p.37. A ilustração não foi publicada no livro.
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Weather Forecast

Acreditar na vida como
acreditamos no boletim
metereológico de todos os dias.
Apesar de todas as previsões,
fundamentadamente científicas,
há sempre uma variável que não
controlamos. E por isso temos
esperança e desconfiamos. E tal
como toda a gente, aprendemos
que há que saber sair de casa
esquecendo deliberadamente o
guarda-chuva.

Ricardo Marques, ‘Eudaimonia’ (2012). Lisboa: Edição de Autor.

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Em cada encruzilhada

Em cada encruzilhada (2021). Colagem e aguarela sobre papel, 15x21cm.


Porque és a encruzilhada sempre a teu caminho
de todos os meus passos em cada encruzilhada

Miguel Serras Pereira

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O Livro da Natércia 2005

 Ilustração do poema ‘Antecâmara’ de Natércia Freire (1919-2004) in AA. VV. “O Livro de Natércia” (2005), organizado por Pedro Sena-Lino, Alexandre Nave e José Félix Duque, publicado nas Quasi Edições, Vila Nova de Famalicão.

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Contos da Montanha 1995

Em 1995, quando frequentava o 3ºano do curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, fiz o primeiro trabalho de ilustração para a cadeira Desenho. Nesse contexto, ilustrei os ‘Contos da Montanha’ de Miguel Torga. As ilustrações resultaram numa série de colagens de pequeno formato, pintadas a pastel e acrílico sobre papel. Desta série resultou também uma pintura em grande formato, realizada no verão desse ano.

‘Contos da Montanha: um roubo’ (1995), colagem e óleo sobre platex, 120x180cm

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De má condição 2024

Em maio de 2023, o Henrique Manuel Bento Fialho enviou-me o livro de poesia inédito ‘De má condição’ a partir do qual realizei um conjunto de pinturas em pequeno formato. As interpretações dos poemas resultaram num conjunto de paisagens verticais, que contrariaram o formato horizontal ou panorâmico, próprio da representação da paisagem. A anterior série de pinturas, que realizei entre 2020-2022 intitulava-se ‘Panorâmicas’ e utilizava o formato horizontal que nesta sequência foi contrariado, através novos elementos encontrados nos poemas do Henrique, que perturbaram no bom sentido o panorama anterior. Sendo a pintura uma janela aberta para o mundo, para a natureza, nesta sequência abri uma janela também para a memória ou natureza humana, ao optar pelo formato vertical, próprio do retrato e da representação da figura humana. Deste modo, abri  uma janela para a casa interior. O livro em edição de autor surgiu na primavera deste ano, com design de Pedro Serpa. No seu blog, o Henrique apresenta o livro assim.

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As Cidades Invisíveis 1997-1998

No ano de 1997, desenvolvi a anterior série de desenhos realizados após leitura do livro de Italo Calvino, também intitulada de ‘As cidades invisíveis’. A estes desenhos  atribuindo-lhes um carácter caligráfico. A ideia foi criar uma escrita arqueológica funcionando como um rastro de cidades desaparecidas no tempo, num passado longínquo do qual restavam estes registos enigmáticos. Nesse sentido, a leitura das ‘Ficções’ de Jorge Luís Borges também me estimularam a imaginação. Os desenhos  originanaram um conjunto de terracotas, feitas numa estadia num telheiro em Montemor-o-Novo, possíveis devido às Oficinas do Convento da professora Virgínia Frois, projecto que na altura estava ainda no início. Foi uma belíssima experiência artística e muito intensa em termos humanos. As esculturas estiveram expostas  no I Simpósio de Escultura em Terracota, Oficinas do Convento, Montemor-o-Novo.

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As Cidades Invisíveis 1996-1997

Iniciei a série ‘As Cidades Invisíveis’ com um conjunto de desenhos realizados no verão de 1996, após a leitura do livro de Italo Calvino. Os desenhos originaram esculturas em poliéster e aço inox, construídas no ano seguinte no curso de escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.