Quando um amigo visitou o meu atelier em 2022, mostrei-lhe dois pequenos livros de artista pintados na juventude que datam de 1992. O meu amigo assustou-se, não conseguiu folheá-los, teve medo de os estragar. De facto, são livros delicados, frágeis mesmo e estão a degradar-se. Lembrei-me então de falar com a Sofia Cavalheiro e propus-lhe filmá-los antes que se desfaçam, o tempo tem esses efeitos. Ela achou boa ideia registá-los antes que morressem. Graças à magia da Sofia a quem estarei sempre grata, este diário que fiz em 1992 pode ser visto em filme. Os amigos são portos de abrigo, os bons encontros que dão sentido à existência.